Masquerade

Postado por Letícia , sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O salão está cheio. Centenas de pessoas com máscaras coloridas dançam, conversam, dão gargalhadas umas das outras. Tratam-se como se fossem conhecidas há anos, quando, na verdade, não sabem nem ao menos o nome verdadeiro de quem lhe faz companhia, por exemplo. Bailes de máscaras são, na maioria das vezes, assim: nunca se sabe exatamente com quem se está conversando.

Temos vivido um constante e imenso baile de máscaras no qual as pessoas camuflam-se quase o tempo todo, com máscaras de todos os tipos: inteligência, beleza, um estilo despojado, uma voz bonita, uma roupa da moda ou um carro do ano. As pessoas têm cada vez mais escondido-se atrás de subterfúgios que as ajudem a adquirir “status”, ou então, a ser aceitas pela sociedade, que as faz, muitas vezes pouco autênticas e sinceras tanto consigo mesmas quanto com as outras.

Se por um lado, ter uma vida moldada nos estilos que a sociedade impõe gera felicidade e bem estar, por outro, é uma felicidade momentânea e que, geralmente, acaba quando surge alguém melhor, um novo modelo de carro, ou uma nova moda. E então, resta um sentimento de incompletude que torna necessário o início do ciclo novamente: moldar-se aos padrões propostos, surgimento de um novo padrão, moldar-se aos padrões propostos, surgimento de um novo padrão, e assim sucessivamente.

E, em meio a esse ciclo vicioso para inserir-se na sociedade, onde está o ser humano como essência? Seus gostos e preferências naturais, sua forma autêntica de sentir-se feliz e realizado? Sim, uma resposta difícil de ser encontrada. O indivíduo tem deixado cada vez mais de realizar suas vontades mais íntimas por medo de ser ridicularizado pelas pessoas a sua volta, de ser excluído do seu círculo de amigos.

No entanto, não deveria ser assim. O ser humano tem que parar de temer ser ridicularizado, excluído, ou então, de ser chamado de antiquado. A sociedade sempre o julgará, esteja ele seguindo ou não suas imposições. Por isso, devemos nos preocupar mais com o interior, com aquilo que nos traz felicidade duradoura, independentemente do meio externo e dos paradigmas impostos pela sociedade. Quando o ser humano conseguir olhar mais para si mesmo como um ser único e independente, estaremos caminhando, certamente, para o final desse baile de máscaras.

1 Response to "Masquerade"

Vanessa Lopes Says:

Li o texto primeiro/esnoba *o*
e sou fã dele!
Blog lindo! :D

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